Aconteceu no Instituto São Benedito, na cidade de Pelotas, no dia 08 de julho de 2012, o encontro da Vida Religiosa Inserida e Solidária desta Região do Estado, com o tema: Novo Perfil/Rosto das Comunidades Inseridas em Meios Populares:
Comprometido com os pobres,
Com competência e coragem afetiva e efetiva
Assumindo os excluídos e o auto - sustento.
Com participantes de Bagé, Piratini, Capão do Leão e Pelotas, construiu-se conjuntamente o encontro a partir da riqueza de experiências de vida e engajamento de cada participante, lançando um olhar sobre a realidade atual vivenciada, buscando luzes e percebendo os desafios a partir de fragmentos de textos, de diversos autores e, Palavra de Deus, através da parábola do bom Samaritano, inspirando uma “Vida Religiosa Samaritana”, muito necessária e requisitada no mundo de hoje, em novos espaços de missão.
Num diálogo inicial sobre como sentiam e percebiam o Rosto da Vida Religiosa Inserida e Solidária hoje, derramou-se o coração expressando: um rosto envelhecido e enrugado, porém sem perder o elã; acolhedor, gratuito, que ama; que conscientiza, participando das políticas públicas; de esperança, caminhando com o povo; abafado na própria congregação, por vezes até implicância referente à expressão “Inseridas”. Convicção de que quanto mais limitadas somos, Deus se manifesta e nos torna fortes na fraqueza. Importância da Vida Religiosa itinerante, a exemplo de Jesus, que circulava, indo ao encontro das pessoas, e não esperar que as pessoas cheguem a nós, porém nós encontrá-las mais nos espaços onde estão.
Avançando na iluminação, entre muitos aspectos enfatizou-se:
Que não devemos temer a profecia dentro da própria Congregação;
A Vida Religiosa Inserida, cf. Dom Aloísio, é condição de vitalidade para as Congregações, nunca é para todos os seus membros, mas carisma de alguns, porém a causa do pobre é de todos.
Uma Vida religiosa encarnada, com compaixão, assumindo a vida encarnada de forma afetiva e efetiva, articulando fé e vida, mística e política, amando o povo, pagando o preço a exemplo de Jesus, assim como o povo também paga em sua luta de vida. A Vida Religiosa é uma graça pascal para a Igreja.
A Vida Religiosa não é clerical, é diferente, não é suplência. Ir para onde o Jesus histórico foi. Ir com os excluídos não é facultativo. A missão de Jesus Cristo é a nossa. Temos que ter consciência dos rostos que clamam hoje e, assumir alguns conforme o Carisma Congregacional e pessoal.
Não somos vocações especiais, dividimos o protagonismo com muitos.
Outro bom testemunho e momento de iluminação foi o subsídio trabalhado a partir da Publicação da CRB Nacional e ESTEF, do Livreto “Inserção em meios populares – um lugar formativo, de Ir. Sandra M. Pires, que aborda na sua 1ª parte a ‘opção pelos pobres’ na vida cristã, por entender que a Inserção da Vida Religiosa Consagrada nos Meios Populares tem essa questão como princípio. Tal opção, por ser parte constituinte da vida e vocação cristã, determinará o jeito e o lugar da Vida Religiosa Consagrada no mundo.
Na 2ª parte enfatiza que o horizonte é a experiência concreta de Jesus, desde a encarnação, sua identificação, predileção e opção pelos mais pobres. Trata assim da vocação de Deus que Jesus assumiu na sua vida e delegou para suas discípulas e discípulos. Dessa experiência e relação busca discernir algumas intuições para os processos formativos a partir da Parábola do Bom Samaritano, em Lc 10,25-37, referencial bíblico assumido.
Na 3ª parte a afirmação e aposta nas comunidades inseridas em meios populares como um dos lugares privilegiados para a formação à Vida Religiosa Consagrada. Todas e todos, independente da etapa, estamos em processos contínuos de formação, de seguimento de Jesus.
Este livreto foi presenteado às comunidades presentes.
Entre a partilha, convivência, oração, informes, convite de participação no próximo Seminário Estadual da Vida Religiosa Inserida e Solidária a realizar-se de 10 a 12 de agosto 2012, o grupo saiu fortalecido, com um rosto de Vida Religiosa Inserida e solidária confiante, alegre, amoroso, plural, com diferentes realidades e expressões culturais, cheio de interrogações, mas sem esmorecer, um rosto de esperança e escuta. Consciente que é preciso viver uma Vida Religiosa Inserida feliz, que faz sentido, garantindo na inserção direta, nas Congregações e dentro da Igreja, a causados pobres. Por teimosia, por consciência amorosa e consciente, seguimos resistindo.
Agradecemos de coração, a generosa acolhida das Irmãs do Coração de Maria, do Instituto São Benedito, onde pernoitamos e realizamos o encontro que Irmã Maria Bernadete Sturm, se esmerou em organizar.
Irmãs: Mª Helena Lorscheiter e Eurides Alves de Oliveira
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