quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dimensão Profética-missionária da Vida Religiosa Consagrada,hoje

“As experiências e situações históricas novas, que são verdadeiros impulsos do Espírito, podem levar-nos a novas e inéditas expressões do carisma...”
(USG. para Sínodo da VC)

Muito já se tem escrito e falado sobre a Profecia e a Missionariedade da vida Religiosa Consagrada em nossos dias. No entanto, seguindo a pedagogia do nosso querido e saudoso Paulo freire, não custa repetir, pois a “arte da insistência” no que é bom e necessário transforma e recria as pessoas e a história. Retomar e aprofundar a dimensão profético-missionária da Vida Religiosa Consagrada, nesta encruzilhada histórica em que nos encontramos, é, sem dúvida, uma urgência e um imperativo de Fidelidade criativa, pois as mesmas constituem o cerne, a razão de ser das consagradas e consagrados na igreja e no mundo.
A Vida Religiosa Consagrada tem sua razão de ser na missão que assume e no sinal de contradição que expressa pelo seu testemunho e opções. A missão concretiza-se no âmago da vida e da história, portanto, é imprescindível para pensá-la em sua dimensão profética e missionária, um olhar crítico-contemplativo sobre a realidade atual, da qual emergem os desafios e sinais dos tempos que a interpela hoje. Não se trata de realizar aqui uma extensa análise de conjuntura, mas de evidenciar em algumas notas contextuais, aspectos que configuram desafios, mudanças, apelos para a missão.

I. Notas Contextuais
Temos dito e ouvido muitas vezes que a nossa época de mudanças configurou-se numa mudança de época, devido a abrangência e rapidez das transformações sistêmicas que estão acontecendo.

A fase em curso do capitalismo, conhecida como globalização neoliberal, de caráter planetário transformou nossa casa comum em um grande e sedutor mercado de bens materiais, espirituais e simbólicos.

“A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e idéias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos.” (Octavio Ianni, 2002)

Regida por esta lógica mercadológica, A sociedade atual está construída em torno de fluxos: fluxos de capital, fluxos de informação, fluxos de tecnologia, fluxos de interação organizacional, fluxos de imagens, sons e símbolos. Fluxos esses que regem o ritmo de nossa vida e condicionam a organização social, econômica e política de nossas nações e instituições.

Olhares atentos para este mundo em mudanças nos permitem visualizar dois cenários:

- O primeiro, o de um palco de transformações rápidas e profundas, com inegáveis avanços e possibilidades nas áreas mais diversas do ser, pensar e agir humano, em destaque para as do mundo da economia, do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico. Cenário que encanta e seduz pela lógica consumista, pela comunicação rápida, o acesso instantâneo às informações, o encurtar das distâncias, a superação das barreiras entre o tempo e o espaço, dando a sensação de que temos o mundo em nossas mãos, e de que a fabulosa globalização é o paraíso moderno da felicidade sonhada.

- O segundo é o de uma, escandalosa e gritante exclusão social. Apesar do crescimento e do progresso técnico-cientifico, e o tão propagado crescimento econômico, persistem e aprofundam-se assimetricamente, desigualdades e desequilíbrios humanos, sociais e ecológicos, geradores de uma generalizada crise civilizacional, com marcas de dor e destruição em todas as esferas da vida humana e do planeta.

Adentrando nestes cenários com uma lente histórico-análitica, constatamos que a sociedade denominada pós moderna, encontra-se cada vez mais dividida por interesses econômicos, políticos, culturais e ideológicos e até religiosos contraditórios e injustos. Cresce a cada dia a concentração do ter e do poder nas mãos de uns poucos. Persiste a iníqua concentração de renda e de oportunidades. Dados da ONU revelam que “os 20% da população mundial que vive nos países desenvolvidos controlam 80% das riquezas do planeta. Já os cinco bilhões que estão em países subdesenvolvidos dividem os 20% restantes. A renda per capita dos 10% mais ricos equivale a 32 vezes a dos 40% mais pobres”. Que “os jovens são duas ou três vezes mais susceptíveis ao desemprego e perfazem 47% dos 186 milhões de pessoas sem emprego no mundo. Quase um quarto dos trabalhadores do mundo não recebe o suficiente para que suas famílias superem a linha de pobreza, que é de um dólar por dia” (ONU 2007)

É notório hoje o estraçalhamento do tecido social e das relações de solidariedade. Os laços essenciais de respeito, reciprocidade, afeto, gratuidade e companheirismo que aproximam pessoas, grupos humanos e povos inteiros são corroídos.

“A tendência do espírito capitalista é aguçar o egoísmo; dilatar ambições de consumo; ativar energias narcísicas; tornar-nos competitivos e sedentos de lucro. Criar pessoas menos solidárias, mais insensíveis às questões sociais, indiferentes à miséria, alheias ao drama de índios e negros, distantes de iniciativas que visam a defender os direitos dos pobres. Aos poucos, o espírito capitalista molda em nós esse estranho ser que aceita, sem dor, a desigualdade social; assume a cultura do fútil e do descartável, diverte-se com entretenimentos que exaltam a violência, banalizam a pornografia e ridicularizam pobres e mulheres”. (Frei Beto,2000)

O conceito de bem comum cede lugar aos desejos e interesses imediatos e individuais. Os resultados disso são visíveis por todo lado: emerge com força o individualismo exacerbado e a concorrência desleal de todos contra todos, a banalização da vida humana, e a escalada da violência em suas mais variadas manifestações, chega a níveis insuportáveis. Os jornais se a gente espremer sai ‘sangue’ de tanta notícia de violência, o poder do crime organizado, o tráfico de drogas, armas e pessoas, a morte como espetáculo, com corpos mutilados, torturados, esquartejados, entre tantas outras imagens aterrorizantes invadem nossas ruas e praças. Configurando assim um cenário de novas e velhas pobrezas agravada pelas relações mercantilistas e depredadoras entre o ser humano e a natureza.

Embora o contexto se apresente preponderantemente marcado por mecanismos de morte, há sem dúvida neste movimento e histórico forças teimosas de vida e esperança. Se por um lado a injustiça é exponencial, a violência arbitrária, a degradação ambiental ameaçadora, a guerra sempre latente e os valores humanitários estão em risco, por outro lado, uma nova consciência ética e ecológica, o gestar de uma nova economia, uma crescente globalização da solidariedade e o trabalho na área da justiça social e da paz estão em curso com as mais variadas expressões, e são “práticas-sinais” de suma importância no cenário do século XXI, afirmando para todos e todas que “um outro mundo é possível”, basta acreditar, somar e articular forças nesta direção.


2. Interpelações profético-missionárias à Vida Religiosa Consagrada
Situada e inserida neste contexto de velhas e novas pobrezas, de onde ecoam os clamores de Deus nos gritos dos pobres e excluídos, a Vida Religiosa Consagrada é interpelada com eloquência e urgência histórica a permanecer de olhos fixos em Jesus de Nazaré, “avivar a dimensão profético-missionária intensificando a opção pelos empobrecidos,(e fortalecendo o compromisso com as grandes causas sociais, econômicas, políticas e ambientais.” (Prioridade Nº 2 CRB/Nacional)

Avivar é um verbo que evoca um movimento interior de dar vida a algo que pode estar morto, ou de alguma forma quieto, apagado, sem brilho, sem dinamismo. Não vamos aqui nos estender sobre as evidencias destes sintomas na vivência da missionariedade e profecia na Vida Religiosa Consagrada de nossos dias, pois a própria prioridade da CRB já os denuncia ao constatar a necessidade de um avivamento através da retomada intensificada da opção pelos empobrecidos e do compromisso com as questões e causas emergentes.

Centremos nossa reflexão nos caminhos, opções que precisamos reafirmar e atualizar para avivar esta marca identitária e de significação da vida Religiosa Consagrada, que é sua missão profética na igreja e no mundo.

O ponto de partida é sem dúvida retornar a intuição inicial que nos remete aos nossos fundadores/as e nos impele a superar os imobilismos pessoais ou estruturais e a lançar-nos novamente nas fronteiras e periferias onde a vida ameaçada nos sensibiliza e remete-nos à mística da encarnação solidária de Jesus de Nazaré, aprendida desde a estrebaria de Belém, o povoado de Nazaré, a comunidade de Betânia, o sermão do monte, a outra margem do lago, o caminho da cruz, e rolar da pedra do túmulo, a experiência das primeiras comunidades cristãs e toda caminhada Pós Conciliar da Igreja Latino Americana e caribenha vivida nas pegadas de Jesus de Nazaré, numa afetiva e efetiva opção pelos empobrecidos/as, da qual a Vida Religiosa foi vanguarda nos desertos, periferias e fronteiras .

A proximidade solidária com os empobrecidos/as, o encontro com os corpos crucificados pelo sistema excludente do mercado global, nos leva ao encontro com Jesus, o Verbo encarnado. Pela Encarnação de Jesus, Deus assume a humanidade, a corporeidade, a condição histórica de cada pessoa, revelando-se carne de nossa carne. Assumir que Jesus veio em carne é profecia atual, porque não nos permite ver com indiferença os corpos que são transformados no lixo humano do sistema de mercado, pelo contrário nos provoca e convoca a adentrar para o âmago da história numa encarnação vivida nas fronteiras das causas humanas, onde os direitos dos povos indígenas, dos afros descentes, das mulheres traficadas, das crianças e adolescentes prostituídas e de tantos outros filhos e filhas de Deus são negados, violentados e desrespeitados. Possibilita uma compreensão e vivencia mais profunda do mistério da encarnação

Dada a complexidade contextual de nosso tempo, por mais bonito e inspirador que seja, esta encarnação solidária tem seu preço e desafios e não se faz apenas com o impulso do coração, embora este deva ser sempre o mobilizador primeiro de nossa vida e missão de Consagradas/os. Paulo Sues, nos fala da dimensão teológica e político-profética da opção pelos pobres vivida através da proximidade solidária com os excluídos:

“A proximidade com o sofrimento do povo inspira-se na nossa leitura bíblica, em nossa compaixão com os humilhados, excluídos e desprezados, da qual emerge nossa solidariedade política... A opção pelos pobres é uma escolha própria e uma graça divina na contramão dos sistemas e dos gozos oferecidos pelo mercado...

A opção pelos pobres que não passou pela peneira da crítica profética radical seria um estratagema para perpetuar a pobreza. Com a articulação da opção pelos pobres com a análise da realidade, os níveis diferentes do “ver” e do “julgar” se aproximam na dialética da encarnação... Se o nosso ponto de partida para a reflexão teológica é o sofrimento imputado ao pobre, numa sociedade de acumulação, opulência, consumo, fome e violência, o ponto de chegada visa as transformações profundas envolvendo a nossa responsabilidade política pelo “bem viver” de todos que se desdobra em lutas pela redistribuição dos bens (contra acumulação e pobreza), pelo reconhecimento do “outro” (contra todas as formas de desprezo à alteridade), por uma ética na administração da vida pública (contra corrupção e privilégios) e por uma ecologia socialmente orientada, enfim, pela paz contra todas as formas de violência”. (Paulo SUES)

A fala do Paulo Sues nos remete a necessidade de fortalecer e transcender nossa opção pelos empobrecidos/as para além da ação caritativa ou assistencial, através de uma solidariedade evangélico-politica, nos espaços e canais que estão forjando um Projeto alternativo de Sociedade, que garantam o “bem viver” com justiça e paz para toda a humanidade e o Planeta.

Nesta missão, cabe à Vida Religiosa Consagrada, que “é caminho e busca permanente de fidelidade criativa e atualização do seguimento que se desenrola na história, a fim de manter viva a memória de Jesus de Nazaré, radicalizando pela presença-testemunho a opção de Jesus pelos pobres” (Bolzan, M), discernir dentre os clamores, causas e espaços emergentes quais os mais urgentes e relacionados aos seus carismas e possibilidades e abraçá-los com ousadia místico-profética.

Pela Encarnação solidária com os pobres e excluídos/as a Vida Religiosa Consagrada, se abre às novas periferias e fronteiras e busca ser uma alternativa profética construída em redes, alianças e parcerias, animada pelo espírito das origens e radicada na opção fundamental de Jesus pelo Reino, com postura critico-profética, disposição e mística martirial.

3. Vida Religiosa Consagrada, questões emergentes e espaços de Profecia Solidaria, hoje:
A Vida Religiosa Consagrada vive um momento histórico de transição e de busca de novos horizontes. Traçar caminhos supõe situar-se nos espaços sociais, políticos, culturais e teológicos. Faz-se necessário tecer prospectivas fazer travessias e deslocamentos. O carisma é uma realidade dinâmica, e será mais fecundo, duradouro e eficaz quanto mais livre e ousada for a capacidade das Congregações e Institutos de criar novas expressões e animar novos estilos de vida e missão que lhe expressem.

As novas pobrezas nos desafiam a ocupar os espaços vazios e/ou aqueles que não estão sendo ocupados devidamente. Os novos tempos estão exigindo novas sensibilidades, novas inserções e novas expressões de solidariedade. Lança-nos para um presente futuro sob o imperativo da solidariedade, do compromisso com os pobres, da espiritualidade bíblica e libertadora, de uma vivencia comunitária que transcende a observância, de uma instituição que se entende como um espaço de mediação em meio a outras, por isso não pode se isolar deve ser flexível, criativa e aberta às redes e parcerias com outras congregações, grupos e organizações.

“A Vida religiosa é convidada de modo permanente a ultrapassar suas próprias fronteiras e seus próprios horizontes. Deve envolver-se em novas experiências sócio-históricas e culturais... que levam a novas práticas de fé-história-cultura” (Ana Roy)

Esta compreensão coloca para nós a urgência de continuar buscando meios e caminhos para simplificar e atualizar a estrutura e compreensão de nós mesmas enquanto pessoas e Instituição, de assumir a inserção solidária nos espaços que promovem e defendem a vida e os direitos dos pobres, como um movimento de volta ao Evangelho, como um modo peculiar de ressignificar o carisma e a missão deixado por nossas fundadoras/es.

Nos últimos anos, foram várias as contribuições na Revista Convergência e em outras publicações da CRB, CLAR, CELAM, CNBB e outros, abordando este tema da Profecia e Missionariedade da Vida Religiosa Consagrada frente às grandes questões sociais e ambientais que nos interpelam, os gritos dos sujeitos emergentes “que doem em nós” e os novos espaços em transformação, sinalizando algumas formas e espaços em curso, nos quais a Vida religiosa é convidada a inserir e atuar ou, se já está presente, intensificar e qualificar a mesma.

Eis o elenco de algumas destas iniciativas em curso:

- Presença e engajamento nas periferias Urbanas

- Terapias comunitárias e cuidados alternativos de saúde

- “ministério da escuta e da Consolação”

- Acolhimento à população de Rua

- Trabalho junto aos catadores, na organização das cooperativas de reciclagem

- A aproximação e trabalho com as juventudes

- O fortalecimento das CEBs e redes de comunidades

- Pastorais Sociais

- As iniciativas Intercongregacionais e em redes de enfrentamento a questões especificas como Direitos Humanos,Drogadição, Violência e exploração sexual de mulheres e crianças, tráfico de pessoas...

- O Retorno às escolas públicas e a Educação popular

- A assessoria aos grupos e escolas de teologia popular e política

- compromisso com os grupos e redes de Economia popular solidaria

- Agricultura familiar e agro ecologia

- O mundo da cultura e da comunicação social

- Os espaços de Políticas públicas e controle Social: Fóruns, secretárias, Conselhos, conferencias...

- Presença nas regiões de fronteiras como Amazônia, com trabalhos junto aos ribeirinhos, os povos indígenas...

- sensibilidade e iniciativas missionárias Intercongregacionais frente às situações limites e urgentes, como o terremoto do Haiti...

4. Considerações Finais:
Enraizada em Jesus cristo a VRC assume o mistério da encarnação junto aos pobres, numa perspectiva pascal. O horizonte da profecia hoje tem sido delineado pelos caminhos da proximidade e gratuidade – samaritana e itinerante em direção aos excluídos. Por uma solidariedade e cidadania articulada na gestação coletiva de uma globalização alternativa.

Num movimento dialético de fé e vida, a Vida Religiosa Consagrada caminha nesta direção com aguçada sensibilidade à dor e ao clamor dos empobrecidos/as, lúcido posicionamento político-profético frente às injustiças e dominações, e audaciosa capacidade de sonhar e ensaiar perspectivas evangélicas viáveis para a construção de um “outro mundo possível”, tecendo possibilidades históricas de transformação através dos fios das pequenas ações e processos vividos na gratuidade e teimosia de quem assume as tramas da história e se coloca na contramão da mesma, com paixão por uma causa maior- O Reino de Deus.
Irmã Eurides Alves de Oliveira, ICM

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REFRERNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BETO,Frei.O Espírito do capitalismo. In: http://www.simplicidadevoluntaria.com/capit.htm
SANTOS. S.Boaventura. A gramática do tempo: para uma nova cultura política, S. Paulo, Cortez Ed.2006 :
COMBLIM. J A. O caminho Ensaio sobre o seguimento de Jesus. São Paulo: Paulus, 2004
GONÇALVES, Alfredo. Mobilidade Humana e a Globalização: Fenomelogia e desafios. In: www.migrante.org.br/IMDH/ControlConteudo.aspx
IANNI, Octavio, Sociedade Global. Editora Civilização Brasileira. 2002
OLIVEIRA, A. Oliveira. Apontamentos sobre a Vida Religiosa Inserida em Meios Populares e em Novos espaços de presença solidária. Convergência 409, março, 2008
POUSA S. Cecília. Elementos de reflexão teológicas em vista da inserção na caminhada dos empobrecidos e excluídos. Convergência nº 413. julho/agosto-2008.
ROY, Ana. O Beijo de Deus. Provocação à Vida Religiosa. Publicações/CRB. 2010
SILVA, A. Antonio. A Vida Religiosa a Serviço da Vida, Convergência nº 413. julho/agosto-2008.
SUESS, Paulo. Círculo hermenêutico entre a prática, a reflexão bíblico-teológica e a volta à prática



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