quarta-feira, 15 de outubro de 2014

PELA VIDA DO POVO EU VOTO EM DILMA 13 E CONVIDO VOCÊ A FAZER O MESMO

“O meu Desejo é a vida do meu povo”. (Est7,3)
 
 
Ao celebrar a festa da Mãe Aparecida, padroeira do Brasil, neste domingo, considero as vozes proféticas de Ester, da Mulher-Comunidade apocalíptica e de Maria, Mãe de Jesus, todas comprometidas com a defesa da vida do povo, opondo-se ao sistema econômico-politico opressor de seu tempo. Reportei-me ao momento histórico politico que estamos vivendo e decidi escrever este pequeno texto, no intuito de contribuir para que a opção Política neste segundo turno das eleições em nosso País, seja expressão de nosso compromisso com as lutas do povo, sobretudo com os mais pobres.
O Papa Francisco afirma:Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. A política é uma das formas mais elevadas da caridade. Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela”[i]
Leonardo Boff parafraseia essa afirmação, dizendo, que a Política com “P” maiúsculo, comprometida com um modelo de sociedade voltado para a inclusão, a participação e a justiça social é uma das formas mais altas de amor social.
O Resultado do primeiro turno das eleições coloca-nos diante de uma hora histórico-politica decisiva.  Não obstante a necessidade de uma leitura mais ampla do resultado das urnas, o que temos em curso é uma grande investida da direita conservadora do país, uma articulação de forças da elite oligárquica e patrimonialista, detentora do poder econômico e apoiada pelas mídias globais para retornar ao poder. Uma disputa não apenas de dois candidatos opositores, ou entre siglas partidárias, mas de dois Projetos de Sociedade.
Aécio Neves representa o projeto do triunfo do capital sobre as pessoas, do retorno à “ditadura do mercado financeiro”, através das privatizações, da independência do banco central, do caminho livre para o narcotráfico e consequentemente do acirramento das desigualdades, da repressão aos movimentos sociais e do abortamento de todas as mudanças sociais e estruturais em curso. A volta a uma história que experimentamos recentemente, com o presidente Fernando Henrique Cardoso: desemprego, altos índices de inflação, fome, endividamento publico, privatizações, apagões, deixando abaixo da linha da pobreza mais 30 milhões de pessoas. Uma massa sobrante, à margem das condições mínimas de vida.  Lembram?
Dilma Rousseff, representa a continuidade e o aprimoramento do  projeto de crescimento econômico e social voltado para as classes populares, comprometido com a superação das desigualdades e a soberania nacional. Nos últimos 12 anos como afirma Leonardo Boff: “Não podemos negar que milhões  de pessoas viram suas aspirações atendidas e que hoje o rumo do Brasil é outro. Pode não ser do agrado das classes dominantes que foram derrotadas. De um Estado neoliberal e privatista que se alinhava ao neoliberalismo dominante, passamos a um Estado republicano, Estado que coloca a res publica, a coisa pública, o social no foco de sua ação, Daí a centralidade que o governo Lula-Dilma deu aos milhões que estavam secularmente à margem e que foram – são 36 milhões – inseridos na sociedade organizada[ii]e com melhorias concretas em suas vidas cotidianas. Nosso voto, agora pode decidir pela continuidade ou ruptura deste caminho.
Como nos afirma o historiador Oscar Beozzo: “A questão de fundo em nossa sociedade é a do direito dos pequenos à vida sempre ameaçada pela abissal desigualdade de acesso aos meios de vida e pelas exíguas oportunidades abertas às grandes maiorias do andar debaixo”. A elite brasileira incomodada com as politicas de ascensão social e econômica dos mais pobres, através das políticas democráticas e dos programas sociais como o Bolsa Família, o  ProUni, o PRONATEC, Luz para todos, Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos e outros que visam a assegurar direitos cidadãos, ampliar a democratização da sociedade, combater privilégios dos grandes grupos econômicos, têm  recorrido aos meios mais espúrios para descaracterizar o governo Dilma e retornar ao poder.
Neste contexto, vale-nos a afirmação imperativa do Papa Francisco: “Devemos implicar-nos na política - Os cristãos não podem fazer de Pilatos, lavar as mãos”. Uma experiência cristã madura impõe o envolvimento e compromisso com a transformação da realidade para que todos os povos tenham vida em abundância.
E nesta conjuntura político-eleitoral, se queremos ser fiéis à nossa missão de defender a vida e a dignidade humana, de contribuir para um país mais justo e solidário, não resta dúvida, nosso compromisso se expressa pela nossa opção politica pela da vida do povo, “contra as tramóias da direita”[iii] , e a favor da consolidação do projeto democrático popular, pelo nosso VOTO EM DILMA 13, que corresponde ao:
- Voto pelo pão na mesa de todos os brasileiros, em especial na mesa dos pobres;
-  Voto pela continuidade da superação das desigualdades;
- Voto pela inclusão através da participação e da cidadania ativa da sociedade;
-  Voto pela não redução da maioridade penal;
-  Voto pela continuidade e  aprimoramento das politicas sociais;
-  Voto pela Reforma Politica, Agraria e Tributária;
-  Voto pela Educação de qualidade e  em tempo integral;
-  Voto pela  Continuidade da Redução da mortalidade infantil;
- Voto pela continuidade na melhoria da Educação e Saúde;
- Voto pela não criminalização dos movimentos sociais;
- Voto pela superação da corrupção e da impunidade;
- Voto pelo fortalecimento das políticas de Direitos Humanos;
- Voto pelas políticas de superação da violência contra a mulher;
- Voto pela ampliação da agricultura familiar;
- Voto pelas politicas de segurança integrada entre os estados e municípios;
- Voto pela Vida,  a Justiça Social, a Igualdade de diretos e oportunidades.
 
E para concluir reporto-me a Hannah Arendt para lembrar a todas e todos nós que “o poder só é efetivo enquanto a palavra e o ato não se divorciam. Quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais. Quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades, e os  atos não são usados para violar e destruir, mas para criar novas realidades.”[iv]
Esse poder está agora em nossas mãos. Cabe a nós exercê-lo através do “voto ético”, consciente, livre e responsável, expressando nosso compromisso com a vida e a cidadania. Optando pelo projeto de desenvolvimento que nos permita, não obstante as dificuldades e limites, seguir superando as dificuldades, fazendo as mudanças necessárias e assim reinventando o Brasil que queremos:  economicamente justo, politicamente democrático, socialmente solidário, culturalmente plural e ecologicamente sustentável.
 
Eurides Alves de Oliveira, ICM

[i] Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 183
[ii] Leonardo boff: As muitas razões para votar em Dilma. http://leonardoboff.wordpress.com/page/4/
[iii] Leonardo boff: Votar em Dilma Roussef para continuar a invenção do novo Brasil. http://leonardoboff.wordpress.com/page/3/
[iv] ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.
 
 
 
, 1991.

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